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               Introdução: Choques hipovolêmicos 
                resultam de brusca redução do volume sangüíneo 
                e podem ser provocados por perda de sangue (hemorragias), de plasma 
                ou de água orgânica. Com início da disfunção 
                hemodinâmica no choque, os mecanismos compensatórios 
                homeostáticos tentam manter a perfusão tissular 
                efetiva, e muitas das manifestações do choque constituem 
                na tentativa do organismo de corrigir as alterações. 
                A maioria dos mecanismos compensatórios dependem de diferentes 
                mecanismos sensores, projetados para reconhecer o desequilíbrio 
                hemodinâmico ou metabólico. Os mecanismos sensores 
                consistem em receptores de pressão localizados no sistema 
                cardiovascular e rim, bem como quimiorreceptores sensíveis 
                às concentrações de oxigênio ou de 
                dióxido de carbono, localizados no sistema nervoso central 
                (principalmente no bulbo). As respostas circulatórias precoces 
                à perda sanguínea constituem-se em mecanismo de 
                compensação e dependem da progressiva vasoconstrição 
                da circulação cutânea, muscular e visceral 
                para preservar o fluxo sangüíneo aos rins, ao coração 
                e ao cérebro. Quando ocorre em traumatismo, a resposta 
                à perda aguda de volume circundante dá-se através 
                de um aumento da freqüência cardíaca na tentativa 
                de preservar o débito cardíaco. A hipovolemia geralmente 
                se acompanha de vasoconstrição periférica 
                e sistêmica, hipoxia isquêmica, baixa do retorno venoso 
                e do rendimento cardíaco e certo grau de shuntagem, devido 
                à tentativa de compensação neuroendócrina 
                através de catecolaminas. Dentro de limites, os mecanismos 
                de compensação preservam o retorno venoso nas fases 
                iniciais do choque hemorrágico, pela redistribuição 
                do volume sangüíneo no sistema venoso, fato este que 
                não contribuem para modificar a pressão venosa sistêmica 
                média. Este mecanismo de compensação é 
                limitado. A maneira mais efetiva de restaurar o débito 
                cardíaco e a perfusão a órgãos chave 
                é o restabelecimento do retorno venoso ao normal, através 
                da reposição volêmica. Na reanimação 
                inicial são utilizadas soluções isotônicas. 
                Esse tipo de liquido promove a expansão intravascular transitória 
                e contribui para a estabilização do volume vascular 
                através da reposição das perdas que ocorrem 
                para o interstício e para o compartimento intracelular. 
                A solução de Ringer lactato é a escolha inicial. 
                A solução salina fisiológica é a segunda 
                escolha. A hipotermia deve ser sempre evitada e deve ser corrigida 
                quando o doente chega hipotérmico ao hospital. A maneira 
                mais eficiente e fácil de prevenir hipotermia em qualquer 
                doente que receba volume maciço de cristalóide é 
                o aquecimento do liquido a 39ºC (102,2ºF) antes de usá-lo. 
                Isso pode ser conseguido armazenando os cristalóides em 
                estufa aquecida ou pelo uso de um forno de microondas. 
              Objetivo: A obtenção do menor tempo possível 
                do aquecimento de cristalóides a 39ºC para que se 
                evite a hipotermia na reposição volêmica. 
               
              Materiais e Métodos: Termômetro Químico 
                para o laboratório, escala interna, apilar prismático 
                transp. 7-8mm, imersão total. Temperatura -10+210: 1ºC. 
                Enchimento Hg. Termômetro Digital MT-47. Temperatura +34,5+42,5: 
                0,01ºC. Soro fisiológico 0,9%. Cloreto de Sódio. 
                JP Indústria Farmacêutica S.A. Embalagens de 250, 
                500 e 1000 mL. Ringer com Lactato de Sódio. Cloreto de 
                Sódio, Cloreto de Potássio, Cloreto de Cálcio 
                e Lactato de Sódio. JP Indústria Farmacêutica 
                S.A. Embalagens de 250 e 500 mL. Aparelho de forno de microondas, 
                potência útil: 800W; consumo: 1.400W; freqüência 
                de operação: 2.450 MHz; capacidade interna:20L; 
                tensão de alimentação: 120 Volts.  
              Resultados e Discussão: Através do aquecimento 
                dos cristalóides, a partir de uma temperatura ambiente 
                de 25ºC (77ºF), em forno de microondas observou-se o 
                menor tempo necessário para a obtenção da 
                temperatura ideal de infusão (39 ºC ou 102,2ºF). 
                Os resultados foram avaliados através dos valores obtidos 
                pelo termômetro analógico e corroborados pelo digital. 
               
              
                 
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                     Soro Fisiológico 0,9% 
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                     Riger Lactato 
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                     250 ml 
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                     ~31 segundos 
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                     ~27 segundos 
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                  |  
                     500 ml 
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                     ~52 segundos 
                   | 
                   
                     ~47 segundos 
                   | 
                 
                 
                  |  
                     1.000 ml 
                   | 
                   
                     ~101 segundos 
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               Conclusão: A partir dos resultados obtidos pode 
                se sugerir o menor tempo necessário de aquecimento em forno 
                de microondas, para que soluções cristalóides 
                atinjam a temperatura de 39ºC (102,2ºF). Estes valores 
                têm grande importância em Salas de Emergência 
                e Unidades de Terapia Intensiva, que necessitam de um rápido 
                e eficaz atendimento ao paciente.  
              
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