Trabalho Científico - Hospital Universitário Alzira Velano.

AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA DE MEMBRO SUPERIOR
RELATO DE CASO

Daniel Hirochi Sukeda; Rafael Mezzalira Ruano; Bruna Medeiros Moraes; Renan Vinicius Pinheiro; Antonio Carlos de Souza

INTRODUÇÃO: A amputação traumática caracteriza-se pela separação de um segmento corpóreo. Os mecanismos de lesão mais comuns são acidentes automobilísticos, sendo os membros inferiores mais comumente atingidos, ou em acidentes de trabalho, geralmente em máquinas de corte operado manualmente, atingindo preferencialmente os membros superiores.
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente vítima de amputação traumática de membro superior direito e discutir os aspectos que devem ser considerados no atendimento inicial e na tomada de decisão.
RELATO DO CASO: Paciente AND, masculino, 24 anos, estudante, vítima de capotamento automobilístico e ejeção em rodovia. O estudante, que não utilizava cinto de segurança, sofreu amputação traumática de membro superior e esmagamento de escápula do lado direito. Encaminhado de Areado para o Pronto Socorro do “Hospital Universitário Alzira Velano” com 120min de evolução, de ambulância em maca comum, com colar cervical, curativo no coto e sem acesso venoso. O membro amputado encontrava-se em caixa térmica com gelo. Apresentava coto irregular, sem sangramento ativo e com fragmentos ósseos. ECG: 15. Escala Revisado de Trauma: 8. Pulso filiforme, Fc: 60bpm, PA: 100x70mmHg e Fr: 22ipm. Foi puncionado acesso venoso com gelco 16, fornecido cateter de O2 nasal. Submetido ao Rx de crânio, coluna cervical, tórax e ombro D, evidenciando fratura e esmagamento de escápula direita. Foi encaminhado ao bloco cirúrgico estável, onde se realizou desarticulação úmero-acromial, revascularização do coto com ligaduras de vasos, ressecção de tecido isquêmico, retirada de fragmentos de escápula e feito curativo compressivo. Não apresentou intercorrências durante o procedimento. Foi feito debridamento de tecidos necróticos e infectados após 5 dias. Dezoito dias após a primeira intervenção cirúrgica foi submetido a enxerto cutâneo, com descolamento de retalhos no ombro para diminuir a área cruenta. Paciente teve alta no 20º dia de internação.
DISCUSSÃO: Algumas situações devem ser consideradas como indicações absolutas para a amputação primária após trauma, como esmagamentos associados à isquemia prolongada e a perda de tecido nervoso. No caso da perda de vários compartimentos (vascular, nervoso, osteomuscular e tegumento) a decisão pela amputação é a mais adequada. A decisão da realização de amputação primária não é consenso, devendo valer-se da utilização de critérios bem definidos.
CONCLUSÃO: Optou-se pela amputação traumática devido à lesão de estruturas nobres do membro e revascularização do coto com ligaduras de vasos, como melhor alternativa para o bem estar do mesmo.