ADENOCARCINOMA DE APÊNDICE

CARVALHO, J.B.V.; OLIVEIRA, J.R.; DUARTE, A.B.B.; TORRES, T.M.; GUIDOUX, G.N.

Departamento de Cirurgia
Faculdade de Ciências Médicas da UNIFENAS
Hospital Universitário Alzira Velano

Objetivo: Apresentar um caso de adenocarcinoma de apêndice, uma lesão rara, compreendendo aproximadamente 0,4% de todas as neoplasias gastrintestinais.

Relato de caso: Paciente A.M.C, sexo masculino, 40 anos, faioderma, radiologista, tabagista e etilista procurou atendimento médico com história de dor abdominal tipo cólica há dois meses de leve e posteriormente de grave intensidade em FID. Ao exame o paciente apresentava abdome normotenso, doloroso a palpação profunda difusamente e massa palpável em FID de leucocitose (17.700) as custas de segmentados (72%) e plaquetose (527.000) US mostrou massa volumosa heterogênea, contendo áreas da liquefação em topografia de ceco. TC de abdome que evidenciou presença de massa volumosa sólida, heterogênea em FID. Submetido a procedimento cirúrgico (laparotomia exploradora), evidenciou-se tumoração extensa de cólon direito, aderido a parede, invadindo retroperitônio. Optou-se por hemicolectomia direita com anastomose término-lateral. No pós-operatório o paciente teve boa evolução e recebeu alta no 8º dia de pós-operatório. O laudo histopatológico da peça cirúrgica foi de adenocarcinoma de apêndice invasor na topografia de ceco com invasão total da parede e extensão ao íleo distal sendo encaminhado para tratamento oncológico complementar.

Conclusão: Os tumores do apêndice são pouco freqüentes e geralmente diagnosticados durante uma apendicectomia ou autópsia. Pode ser um achado acidental ou clinicamente apresentar-se como uma apendicite aguda ou massa apendicular. O presente caso descrito representou um achado acidental na laparotomia e o quadro clínico do paciente sugeria apendicite aguda. As alterações observadas na cirurgia embasaram a realização da hemicolectomia direita. Até a presente data a paciente encontra-se em controle clínico ambulatorial sem evidências de metástases. O prognóstico de carcinoma do apêndice é difícil de ser estabelecido com acurácia desde que pouco mais de duas centenas de casos até o presente momento foram descritos na literatura. Em seis pacientes submetidos a apendicectomia na série de Anderson et al. (1976) a sobrevida em 5 anos foi de 100%. Em revisão de 51 casos de adenocarcinoma de apêndice do tipo colônico, estes autores notaram que de 26 pacientes tratados com apendicectomia isolada, 12 (46%) estavam vivos 5 anos após a operação comparando a 15 (60%) de 25 submetidos a hemicolectomia direita que parece ser nestes casos a melhor conduta.